terça-feira, 13 de abril de 2010

Lutero está Fazendo Falta hoje



“Vede meus caríssimos irmãos e senhores, que Satanás não cessa de perseguir a nosso Salvador e Mediador Jesus Cristo e que, no que lhe for possível, impede pela doutrina ímpia dos heréticos, por meio de escândalos e perseguições dos tiranos, que a salutar doutrina na justificação permaneça pura na igreja, como, porém nos foi dado, pela inefável misericórdia de Deus, que essa nossa igreja e todo aquele que concorda com essa doutrina tenha razão pura e certa de tratar e transmitir a doutrina cristã, devemos agir com a máxima diligência para que ela se conserve pura e que, quanto depende de nós, seja transmitida pura a posteridade, e que de modo algum admitamos que o artigo da justificação seja por uma maneira diferente ou nova de ensinar, especialmente enquanto nós vivemos, nem demos ocasião a nossa negligência para que Satanás irrompa de novo na igreja, incitando inúmeras seitas e escândalos. Não devemos preocupar-nos somente como salvar-nos, mas temos que ter o máximo cuidado para que a posteridade não receba mentiras e erros sob a aparência da piedade ou da verdade. Malditos, no entanto, os que são ou foram os autores desse horrendo mal”(1)
Rev. Dr. Martinho Lutero,
Disputatio prima contra Antinomianos
18 de Dezembro de 1537.

Martinho Lutero já há muitos séculos espera a ressurreição, homem notável em muitos aspectos, é impossível lê-lo e permanecer impassível, ou se apaixona ou odeia-se o que escrevia e como pensava. De tudo o que escreveu li alguma coisa apenas, sempre que sinto falta de uma mente vigorosa vou a Lutero, não endeusando, pois ele era homem como qualquer um, mas por que, era homem de Deus, apaixonado pelo Cristo Salvador e sua Escritura Sagrada.
Lutero Faz falta hoje, pois o que mais dói, não é a violência dos maus, mas a omissão dos bons (2), não que estejam todos calados, mas pela força com que defendem o evangelho, ínfima pelo que se poderia fazer, mas a isto se explica, ou tenta-se, usando a palavra “ética”. Mas será que não daremos conta pela nossa negligência por temor de sermos classificados de anti-éticos, reacionários, arrogantes? Afinal de contas, mesmo calados já somos assim taxados.
Lutero faz Falta hoje. Cada vez que ouço o que se diz ser “evangelho” o que na melhor das hipóteses é uma doutrina diabólica de escambo e maracutaias financeiras, onde se prega - contribua para ser abençoado e exija isso de Deus, neste caso, Tetzel era melhor, ou deveria dizer menos pior do que estes cafajestes da religião. Lutero alçou a voz contra essas infâmias e as expôs como ela realmente é, lixo e da pior espécie, ensinam a depositar em contas bancárias para beneficiar homens “ministries” e que ao tilintar da moeda no cofre bancário a benção chegará voando ao ofertante, a isso, Martinho retruca: “é certo que ao tilintar da moeda na caixa, pode aumentar o lucro e a cobiça...”(3).
Hoje alguns querem viver para a gloria de deus, não me enganei ao escrever deus com letra minúscula, pois não se trata do Deus cristão, mas da divindade pagã que necessita ser manipulado pelo homem-todo-poderoso, que pode determinar bênçãos financeiras, curas, unções, que recebe e-mails desse deus, que não conhece nada do futuro, pois se engana, volta atrás, muda e fica a roer unhas esperando o próximo passo do todo-poderoso-homem.
E para a glória desse deus, que está ainda meio indefinido de nome, não se sabe ao certo se chama Mamon ou Baal, certo é no entanto, que desde a antiguidade seus súditos tem tentado influenciar a igreja, desde Datã e Abirão indo a Ananias e Safira, chegando até os dias atiuias com todos os líderes da religião financeira, que não tem nem vergonha de colocar suas próias fotograias na frente de seus templos, quanto a seu predecessor, sim não começaram sua vida de lucros agora. é bom lembrar também de Simão o mágico. Que diga de passagem é o que logrou mais seguidores a esse deus financeiro e obsceno que estão ensinando por aí.
Para a glória desse deus, tudo que é cristão, deve ser mais caro, desde bugingangas a livros de auto-ajuda que, aliás, devem ser caros mesmo, para que pouca gente leia estas imundícies. Quando penso que nada mais pode ser dito de estúpido na área da religião, aparece sempre outro superando, e o que é pior, sempre tem gente para imitar, aplaudir e financiar estas besteiras.
Lutero faz falta hoje. O misticismo tem caracterizado a grande massa dita evangélica, de tão heterogênea, fica difícil classificar o que é o que. Quando os “profetas” que falavam com Deus face a face, e intentaram entrar na universidade para ensinar nas cátedras, Lutero disse não. Deus já falou através da Escritura, e vivemos em tempos piores do que o do velho reformador, o Misticismo está por todo o lado que se olha, de um lado o g12, do outro o genérico m12, do outro estão os apóstolos. Ordenados por quem? São apóstolos para todos os gostos, é só comprar, sim, tem que pagar, de graça nem a salvação mais. Do outro lado estão os “profetas” desta geração, profetas que não seguem a Deus, que tem visões de barriga cheia, que pedem fogo, anjos, revelações estranhas, carros, mansões, prosperidade, só não falam a verdade.
Lutero Faz falta hoje. Quando a Falsa erudição quis intimidar a doutrina bíblica da eleição por meio da graça soberana, o reformador elevou a voz e não se calou, escrevendo um dos maiores tratados sobre a livre graça da salvação intitulado “da vontade cativa”. No entanto quando olho para seminários confessionais cheios de professores de “teologia” que não crêem nas escrituras, fico escandalizado.
Fico a ouvir alguns amigos que ainda estão a estudar, falarem sobre seus Mestres e reitores que comparam inspiração bíblica a psicografia. Que Jesus não ressuscitou fisicamente. Estes imbecís deveriam esvaziar fossas, como se fazia há 80 anos, pois este seria o trabalho que melhor lhes caberia, e isso gratuitamente para não desprezar as pessoas nobres que fizeram este trabalho no passado para levar o justo sustenta as suas famílias.
Quem despertará estes professores de seu sonho de erudição, negando a divindade de Cristo, refazendo o Evangelho “retirando” seus mitos, filosofando inutilmente sobre suas intenções de cientificar e contemporizar a igreja, Querendo dar uma resposta cristã a ciência que já mudou mais de 5.000 de seus preceitos até agora. Os milagres bíblicos não existem, insistem eles, isso é mito, o cristo é ressuscitado na proclamação de seus seguidores dizem tais falastrões idolatrados por “cultíssimos” cavalheiros cristãos. Dizem crer em Deus, mas descrêem do que ele diz, e tentam refazer sua mensagem. a esses representado por Bultmam, Lutero replica: “Também aqui mais uma vez, confundes e misturas tudo, como é teu costume, igualando as coisas sacras as profanas, inteiramente sem qualquer distinção, e mais uma vez incorreste em desprezo contra a Escritura e contra Deus”(4)
Estes estúpidos mestres que nunca conseguem descer do pedestal de excremento que fizeram para si, de lá, do alto de seus pedestais não contemplam a verdade que trouxe esperança aos mártires, confessores e cristãos em todas as épocas e em todas as situações.
No seu afã de intelectualidade, não fazem o teste bibliográfico com a bíblia, assim como se faz com outros livros históricos, não aceitam a evidência interna das escrituras nem a evidência externa. Afinal de contas, para que serve um messias morto?
Os críticos das formas passam tantos anos se detendo em alguns detalhes que se acham grandes conhecedores e inquestionáveis sobre o que falam, no entanto não é unanimidade em seu julgamento preconceituoso da Escritura e de seus escritores
Não é feita justiça no sentido histórico, inteligência e integridade dos primeiros cristãos. Embora reconheça corretamente o agrupamento tópico extenso do material nos evangelhos, ele vai longe demais ao desacreditar seu esboço básico do ministério de Jesus; embora aprecie a importância do primeiro período oral, ela praticamente não dá peso adequado ao fato de que num espaço de cerca de vinte anos foram iniciadas as fontes escritas e, portanto, o processo da tradição oral não foi tão longo quanto nas narrativas populares e nas primeiras histórias do Antigo Testamento; a sua tendência para supor distorção radical da tradição na igreja helenista é refutada pelo caráter semítico predominante pela tradição sinóptica comum; e Omo os seus resultados são deformados por suposições não examinadas, tais como as de que as histórias de milagres não passam de criações tardias e que a Cristologia explícita surgiu primeiro na igreja em vez de na mente de Jesus. (5)
Sabe-se que Jesus é um homem da história, mas não só isso ele é também Deus, e isso foi reconhecido logo cedo pela igreja, já seus discípulos entenderam, até mesmo os seus adversários entenderam suas declarações de ser filho de Deus o colocava como Deus de Deus como afirma a definição de Calcedônia.
Lutero faz falta hoje. Quando os maus governam, a tendência e de os bons se esconderem, e os poucos que ousam a desafiar um sistema endemonizado, guiado por toda e qualquer espécie de trambiques e injustiças, evidenciados pelo cenário político. Não há como não se sentir repugnado, ao ver um degenerado irascível como o presidente do Irã se aproximando para negócios com o Brasil que insiste em não o apoiar. Fico enojado vendo fotos de jornal do encontro amistoso entre Lula e os irmãos castro na ilha de cuba, um dos maiores homicidas senão o maior da América Latina, refiro-me ao Fidel e recentemente a seu querido maninho.
Que o Brasil não sabe se comportar como democracia logo se vê, pois o povo engole calado todo o tipo de abuso, se resigna a aceitar e murmurar, ao invés de colocar a boca no trombone e fazer estardalhaço, como brasileiro, incentivo meus compatriotas a aprenderem com os europeus, mas principalmente com os franceses o que é usar a democracia nas ruas fazendo pressão. Não sou radical, mesmo que o seja rotulado, estou indignado diante do que vejo e ouço. O Brasil não tem nem mesmo tradição constitucional, pois teve até mesmo constituição outorgada e uma que foi tomada de empréstimo da Polônia, o que lhe rendeu o apelido de “polaquinha”. Estamos engatinhando na democracia, e isso é perigoso, principalmente quando neste tempo, nossos preceptores constituídos legitimamente brincam com nossa paciência e inteligência, desdenhando da racionalidade humana, políticos nefandos que sabem tudo dos governos passados, mas nada sabem do que assinam e das falcatruas de seu próprio governo, tudo vale para permanecer no poder, disso Maquiavel discorreu fartamente, e parece que conhecia a política brasileira. Toda a semelhança não é mera casualidade.
Termino este pequeno artigo de indignação me dirigindo a todos os fiéis irmãos, que não se corromperam pelo sistema, mas que militam pela causa do evangelho de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Enquanto estamos vivos temos o dever de preservar a doutrina, e nossa união deve estar em torno dela, pois ela é a verdade dada por Deus, as gerações futuras dependem de nosso trabalho hoje, nosso erro os levará ao erro.
E visto que os evangelistas da mídia têm vacinado o povo contra o verdadeiro evangelho, fazendo pior do que vender indulgências, pois vendem toalhas, rosas, sal e toda a espécie de quinquilharias possíveis e inimagináveis, alcemos a voz e vamos dispor do que Deus nos tem dado e não nos acovardar diante de tudo isso que posto está a nossa frente, este é o desafio de nossa geração, se nada fizermos passaremos a posteridade como aqueles que viveram e não foram dignos de ter estado aqui na terra, e pior ainda, representantes do Reino dos Céus, não podemos e não iremos dormir roncando sendo levados para a morte.
Que Deus nos ampare
Soli Deo Gloria



__________________________________
(1). Martinho Lutero, obras Selecionadas – controvérsias. Ano1993: Ed. Sinodal: p. 394
(2). Martin Luther King
(3) Tese 28 de Lutero
(4). Martinho Lutero, obras Selecionadas – op-cit.
(5). Filson apud Josh McDowell – ele andou entre nós. Candeia, 1998, p.166.

Lutero está Fazendo Falta hoje

“Vede meus caríssimos irmãos e senhores, que Satanás não cessa de perseguir a nosso Salvador e Mediador Jesus Cristo e que, no que lhe for possível, impede pela doutrina ímpia dos heréticos, por meio de escândalos e perseguições dos tiranos, que a salutar doutrina na justificação permaneça pura na igreja, como, porém nos foi dado, pela inefável misericórdia de Deus, que essa nossa igreja e todo aquele que concorda com essa doutrina tenha razão pura e certa de tratar e transmitir a doutrina cristã, devemos agir com a máxima diligência para que ela se conserve pura e que, quanto depende de nós, seja transmitida pura a posteridade, e que de modo algum admitamos que o artigo da justificação seja por uma maneira diferente ou nova de ensinar, especialmente enquanto nós vivemos, nem demos ocasião a nossa negligência para que Satanás irrompa de novo na igreja, incitando inúmeras seitas e escândalos. Não devemos preocupar-nos somente como salvar-nos, mas temos que ter o máximo cuidado para que a posteridade não receba mentiras e erros sob a aparência da piedade ou da verdade. Malditos, no entanto, os que são ou foram os autores desse horrendo mal”(1)
Rev. Dr. Martinho Lutero,
Disputatio prima contra Antinomianos
18 de Dezembro de 1537.

Martinho Lutero já há muitos séculos espera a ressurreição, homem notável em muitos aspectos, é impossível lê-lo e permanecer impassível, ou se apaixona ou odeia-se o que escrevia e como pensava. De tudo o que escreveu li alguma coisa apenas, sempre que sinto falta de uma mente vigorosa vou a Lutero, não endeusando, pois ele era homem como qualquer um, mas por que, era homem de Deus, apaixonado pelo Cristo Salvador e sua Escritura Sagrada.
Lutero Faz falta hoje, pois o que mais dói, não é a violência dos maus, mas a omissão dos bons (2), não que estejam todos calados, mas pela força com que defendem o evangelho, ínfima pelo que se poderia fazer, mas a isto se explica, ou tenta-se, usando a palavra “ética”. Mas será que não daremos conta pela nossa negligência por temor de sermos classificados de anti-éticos, reacionários, arrogantes? Afinal de contas, mesmo calados já somos assim taxados.
Lutero faz Falta hoje. Cada vez que ouço o que se diz ser “evangelho” o que na melhor das hipóteses é uma doutrina diabólica de escambo e maracutaias financeiras, onde se prega - contribua para ser abençoado e exija isso de Deus, neste caso, Tetzel era melhor, ou deveria dizer menos pior do que estes cafajestes da religião. Lutero alçou a voz contra essas infâmias e as expôs como ela realmente é, lixo e da pior espécie, ensinam a depositar em contas bancárias para beneficiar homens “ministries” e que ao tilintar da moeda no cofre bancário a benção chegará voando ao ofertante, a isso, Martinho retruca: “é certo que ao tilintar da moeda na caixa, pode aumentar o lucro e a cobiça...”(3).
Hoje alguns querem viver para a gloria de deus, não me enganei ao escrever deus com letra minúscula, pois não se trata do Deus cristão, mas da divindade pagã que necessita ser manipulado pelo homem-todo-poderoso, que pode determinar bênçãos financeiras, curas, unções, que recebe e-mails desse deus, que não conhece nada do futuro, pois se engana, volta atrás, muda e fica a roer unhas esperando o próximo passo do todo-poderoso-homem.
E para a glória desse deus, que está ainda meio indefinido de nome, não se sabe ao certo se chama Mamon ou Baal, certo é no entanto, que desde a antiguidade seus súditos tem tentado influenciar a igreja, desde Datã e Abirão indo a Ananias e Safira, chegando até os dias atiuias com todos os líderes da religião financeira, que não tem nem vergonha de colocar suas próias fotograias na frente de seus templos, quanto a seu predecessor, sim não começaram sua vida de lucros agora. é bom lembrar também de Simão o mágico. Que diga de passagem é o que logrou mais seguidores a esse deus financeiro e obsceno que estão ensinando por aí.
Para a glória desse deus, tudo que é cristão, deve ser mais caro, desde bugingangas a livros de auto-ajuda que, aliás, devem ser caros mesmo, para que pouca gente leia estas imundícies. Quando penso que nada mais pode ser dito de estúpido na área da religião, aparece sempre outro superando, e o que é pior, sempre tem gente para imitar, aplaudir e financiar estas besteiras.
Lutero faz falta hoje. O misticismo tem caracterizado a grande massa dita evangélica, de tão heterogênea, fica difícil classificar o que é o que. Quando os “profetas” que falavam com Deus face a face, e intentaram entrar na universidade para ensinar nas cátedras, Lutero disse não. Deus já falou através da Escritura, e vivemos em tempos piores do que o do velho reformador, o Misticismo está por todo o lado que se olha, de um lado o g12, do outro o genérico m12, do outro estão os apóstolos. Ordenados por quem? São apóstolos para todos os gostos, é só comprar, sim, tem que pagar, de graça nem a salvação mais. Do outro lado estão os “profetas” desta geração, profetas que não seguem a Deus, que tem visões de barriga cheia, que pedem fogo, anjos, revelações estranhas, carros, mansões, prosperidade, só não falam a verdade.
Lutero Faz falta hoje. Quando a Falsa erudição quis intimidar a doutrina bíblica da eleição por meio da graça soberana, o reformador elevou a voz e não se calou, escrevendo um dos maiores tratados sobre a livre graça da salvação intitulado “da vontade cativa”. No entanto quando olho para seminários confessionais cheios de professores de “teologia” que não crêem nas escrituras, fico escandalizado.
Fico a ouvir alguns amigos que ainda estão a estudar, falarem sobre seus Mestres e reitores que comparam inspiração bíblica a psicografia. Que Jesus não ressuscitou fisicamente. Estes imbecís deveriam esvaziar fossas, como se fazia há 80 anos, pois este seria o trabalho que melhor lhes caberia, e isso gratuitamente para não desprezar as pessoas nobres que fizeram este trabalho no passado para levar o justo sustenta as suas famílias.
Quem despertará estes professores de seu sonho de erudição, negando a divindade de Cristo, refazendo o Evangelho “retirando” seus mitos, filosofando inutilmente sobre suas intenções de cientificar e contemporizar a igreja, Querendo dar uma resposta cristã a ciência que já mudou mais de 5.000 de seus preceitos até agora. Os milagres bíblicos não existem, insistem eles, isso é mito, o cristo é ressuscitado na proclamação de seus seguidores dizem tais falastrões idolatrados por “cultíssimos” cavalheiros cristãos. Dizem crer em Deus, mas descrêem do que ele diz, e tentam refazer sua mensagem. a esses representado por Bultmam, Lutero replica: “Também aqui mais uma vez, confundes e misturas tudo, como é teu costume, igualando as coisas sacras as profanas, inteiramente sem qualquer distinção, e mais uma vez incorreste em desprezo contra a Escritura e contra Deus”(4)
Estes estúpidos mestres que nunca conseguem descer do pedestal de excremento que fizeram para si, de lá, do alto de seus pedestais não contemplam a verdade que trouxe esperança aos mártires, confessores e cristãos em todas as épocas e em todas as situações.
No seu afã de intelectualidade, não fazem o teste bibliográfico com a bíblia, assim como se faz com outros livros históricos, não aceitam a evidência interna das escrituras nem a evidência externa. Afinal de contas, para que serve um messias morto?
Os críticos das formas passam tantos anos se detendo em alguns detalhes que se acham grandes conhecedores e inquestionáveis sobre o que falam, no entanto não é unanimidade em seu julgamento preconceituoso da Escritura e de seus escritores
Não é feita justiça no sentido histórico, inteligência e integridade dos primeiros cristãos. Embora reconheça corretamente o agrupamento tópico extenso do material nos evangelhos, ele vai longe demais ao desacreditar seu esboço básico do ministério de Jesus; embora aprecie a importância do primeiro período oral, ela praticamente não dá peso adequado ao fato de que num espaço de cerca de vinte anos foram iniciadas as fontes escritas e, portanto, o processo da tradição oral não foi tão longo quanto nas narrativas populares e nas primeiras histórias do Antigo Testamento; a sua tendência para supor distorção radical da tradição na igreja helenista é refutada pelo caráter semítico predominante pela tradição sinóptica comum; e Omo os seus resultados são deformados por suposições não examinadas, tais como as de que as histórias de milagres não passam de criações tardias e que a Cristologia explícita surgiu primeiro na igreja em vez de na mente de Jesus. (5)
Sabe-se que Jesus é um homem da história, mas não só isso ele é também Deus, e isso foi reconhecido logo cedo pela igreja, já seus discípulos entenderam, até mesmo os seus adversários entenderam suas declarações de ser filho de Deus o colocava como Deus de Deus como afirma a definição de Calcedônia.
Lutero faz falta hoje. Quando os maus governam, a tendência e de os bons se esconderem, e os poucos que ousam a desafiar um sistema endemonizado, guiado por toda e qualquer espécie de trambiques e injustiças, evidenciados pelo cenário político. Não há como não se sentir repugnado, ao ver um degenerado irascível como o presidente do Irã se aproximando para negócios com o Brasil que insiste em não o apoiar. Fico enojado vendo fotos de jornal do encontro amistoso entre Lula e os irmãos castro na ilha de cuba, um dos maiores homicidas senão o maior da América Latina, refiro-me ao Fidel e recentemente a seu querido maninho.
Que o Brasil não sabe se comportar como democracia logo se vê, pois o povo engole calado todo o tipo de abuso, se resigna a aceitar e murmurar, ao invés de colocar a boca no trombone e fazer estardalhaço, como brasileiro, incentivo meus compatriotas a aprenderem com os europeus, mas principalmente com os franceses o que é usar a democracia nas ruas fazendo pressão. Não sou radical, mesmo que o seja rotulado, estou indignado diante do que vejo e ouço. O Brasil não tem nem mesmo tradição constitucional, pois teve até mesmo constituição outorgada e uma que foi tomada de empréstimo da Polônia, o que lhe rendeu o apelido de “polaquinha”. Estamos engatinhando na democracia, e isso é perigoso, principalmente quando neste tempo, nossos preceptores constituídos legitimamente brincam com nossa paciência e inteligência, desdenhando da racionalidade humana, políticos nefandos que sabem tudo dos governos passados, mas nada sabem do que assinam e das falcatruas de seu próprio governo, tudo vale para permanecer no poder, disso Maquiavel discorreu fartamente, e parece que conhecia a política brasileira. Toda a semelhança não é mera casualidade.
Termino este pequeno artigo de indignação me dirigindo a todos os fiéis irmãos, que não se corromperam pelo sistema, mas que militam pela causa do evangelho de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Enquanto estamos vivos temos o dever de preservar a doutrina, e nossa união deve estar em torno dela, pois ela é a verdade dada por Deus, as gerações futuras dependem de nosso trabalho hoje, nosso erro os levará ao erro.
E visto que os evangelistas da mídia têm vacinado o povo contra o verdadeiro evangelho, fazendo pior do que vender indulgências, pois vendem toalhas, rosas, sal e toda a espécie de quinquilharias possíveis e inimagináveis, alcemos a voz e vamos dispor do que Deus nos tem dado e não nos acovardar diante de tudo isso que posto está a nossa frente, este é o desafio de nossa geração, se nada fizermos passaremos a posteridade como aqueles que viveram e não foram dignos de ter estado aqui na terra, e pior ainda, representantes do Reino dos Céus, não podemos e não iremos dormir roncando sendo levados para a morte.
Que Deus nos ampare
Soli Deo Gloria



__________________________________
(1). Martinho Lutero, obras Selecionadas – controvérsias. Ano1993: Ed. Sinodal: p. 394
(2). Martin Luther King
(3) Tese 28 de Lutero
(4). Martinho Lutero, obras Selecionadas – op-cit.
(5). Filson apud Josh McDowell – ele andou entre nós. Candeia, 1998, p.166.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Desejo de um retorno a Hermenêutica puritana


A história trata do que acontece, do que aconteceu e do que acontecerá. Implica lidar com um mundo em que as coisas raramente ocorrem como se acredita que deveriam.Nisso os puritanos passam sua esperança. Implica lidar com políticos corruptos, defeitos congênitos, enchentes e vulcões, divórcios e morte, escassez e fome, com a arrogância dos ricos e a privação dos pobres, como sempre foram incasáveis na defesa da soberania de Deus e da voluntariedade ao próximo.
Algo está terrivelmente errado ensinavam eles. O ser humano sente isso no mais profundo de nosso ser. O acontecimento mais conspícuo da história que suscita essa sensação espontânea de profanação, de sacrilégio ultrajante, é o sofrimento e a morte de Jesus, um sofrimento e uma morte com os quais, mais cedo ou mais tarde, todos estarão envolvidos quer gostem ou não.
Os puritanos souberam enfrentar as maiores privações e perseguições, simplesmente porque sabiam que o futuro celestial lhes aguardara, que estariam diante daquele que morreu por eles, por isso, a semelhança de Paulo de Tarso, entendiam que a graça lhes bastava. O sentimento do Juízo, segundo os puritanos deveria aterrorizar o coração e colocar o homem em prantos com seu fardo de pecados às costas, exatamente como o peregrino de Bunyan no início de sua jornada.
Charles Spurgeon disse:
“Todo homem deveria deixar um marco na memória de seus vizinhos. Deve haver algo muito errado com o homem de quem ninguém sente falta quando morre. Uma personalidade digna é a melhor lápide. Os que o amaram e foram ajudados por você ainda lembrar-se-ão de você quando as lápides se apagarem. Esculpa seu nome no coração das pessoas, não no mármore. Portanto, viva para os outros, e eles manterão sua lembrança viva quando o mato crescer em seu túmulo. Esperemos que haja algo melhor a ser dito de nós do que este epitáfio:
Aqui jaz um homem que não fez nada de bom,
E não faria se continuasse vivo;
Para onde ele foi e como vive
Ninguém sabe nem se importa em saber”
O cristianismo dos tempos modernos, em sua Hermenêutica confusa, que nada comunica a ninguém, não é digno nem mesmo de piedade, mas de repulsa, como o homem citado por Spurgeon. Que não fez nada de bom – nada há de mais temerário do que uma religião sem vida, sem palavra, sem Deus. Cheia de si mesma e seus títulos acadêmicos, empolada de ladainhas liberais que nada fizeram de bom, mas colocaram morte na panela.
Que ressurja em meio às lápides carcomidas pelo tempo, o velho temor que tinham os puritanos, tomando o lugar do prestígio que os números evangelásticos gozam nestes dias, em meio ao misticismo do protestantismo atual, que vive seu período medievo, reavive-se o clamor pela santidade, esta tão desejada pelos puritanos. Para vislumbrar um futuro devesse olhar para o passado, porém não com saudosismo descontente e murmurador, mas com fé que o mesmo Deus deles é eterno e não muda, para aprender com eles como viver para Deus, sem os excessos que eles tiveram, e que homens e mulheres ressuscitem a moda de usar lenços, para enxugar rostos molhados de lágrimas.
Ousem os pregadores atuais a empreender suas vidas na boa hermenêutica à semelhança dos velhos e desprezados puritanos. Levantem aqueles que anseiam por uma igreja reformada que sempre esteja se reformando, mas que no afã de agradar a gregos e a troianos não se deforme.
O protestantismo não tem alternativa, se quiser ser uma tocha a iluminar o mundo se não olhar ao Deus dos antigos, cuja forte mão, rege e sustém os astros na amplidão![...]Deus esse que desde o passado foi nossa luz, sol que até hoje com fulgor reluz! Sê nosso esteio, guia e proteção, tua palavra, lei e direção . Os injuriados e difamados puritanos foram pequenos na terra, porém são grandes nos céus e para a igreja, gigantes na fé. Que seu exemplo seja seguido.

Soli Deo Gloria

sábado, 28 de novembro de 2009

A FONTE DA FELICIDADE


Salmo 144.14,15: "14... E que não haja gritos de aflição nas nossas ruas! 15Feliz a nação que tem tudo isso! Feliz o povo cujo Deus é o Senhor!"



• Certo filósofo disse recentemente: "todo o mundo está buscando loucamente a certeza da felicidade"
• O Reitor de Harvard disse: "o mundo está procurando uma religião em que possa crer e uma canção que possa cantar"
• Um milionário do texas confessou: "pensei que com dinheiro compraria a felicidade, mas acabei miseravelmente decepcionado"
• Famosa estrela de cinema exclamou: "tenho dinheiro, beleza, fascinação e popularidade. Deveria ser a mulher mais feliz deste mundo, mas sou infeliz e miserável. por quê?"
• Um dos mais conspícuos lideres britânicos disse: "perdi toda a vontade de viver e no entanto tenho de viver. Que é que acontece comigo?"
• Certo acadêmico disse: "tenho 23 anos. Já passei por experiências que fizeram de mim um velho e estou farto da vida"
• Um dos grandes estadistas do mundo moderno disse certa vez: "estou velho, e para mim, a vida já perdeu todo o encanto e significado. estou pronto a saltar fatalmente para o desconhecido. O senhor poderá me dar um raio de esperança?"
• Certo senhor foi procurar um psiquiatra e lhe disse: "doutor, sinto-me vencido, sozinho, e muito infeliz. o senhor pode me ajudar?" o médico então, lhe recomendou ir ao circo que estava na cidade, que visse e ouvisse um palhaço extraordinário que tinha fama de fazer rir o mais triste dos homens. o pasciente então disse: "eu sou o dito palhaço"

Este nosso mundo materialista luta, se agita e se debate na eterna busca da fonte da felicidade! Quanto mais conhecimentos adquire, menos sabedoria parece ter. quanto maior for a segurança econômica em que vivemos, descobrimos avolumar-se dentro de nós o cansaço e também o tédio. Quanto mais gozamos dos prazeres 'mundanos', nos sentimos menos satisfeitos e contentes com a vida. Somos o mar inquieto, encontrando precaria paz aqui e quase nenhum prazer ali, e ainda por cima, nada nos parece permanente e satisfatório. E assim nossa busca continua.
Os homens matam, mentem, roubam e lutam para satisfazer sua ância de poder, prazeres e riqueza, pensando que dessa forma alcançarão paz para si, e para a sociedade em que vivem, paz, segurança, contentamento e felicidade. No entanto, o que os homens, eu e você, tanto almejam, está em Deus, nossa fonte eterna de felicidade, paz e segurança, e quando nossa sociedade buscar a Deus, estas outras coisas serão acrescentadas, pois feliz é a nação cujo Deus é o Senhor.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Reforma Protestante - O legado de Augsburgo



Rev. Geremias Vale

O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que os primeiros sejam os últimos.
Martinho Lutero - Teses 62,63

A reforma Protestante foi um movimento Religioso reformador, na Europa. Pode-se dizer que a reforma teve seu início no desejo de retorno às Escrituras Sagradas, tendo como precursores grandes vultos da história como: Wyclife (1330-1384). No século XIV, foi John Huss outro gigante, mártir da fé, que lançou os alicerces sobre os quais a reforma veio a ser edificada.
Mais exatamente, porém a reforma começou quando Lutero postou suas 95 teses à entrada da catedral de Wittenberg, as quais tornaram-se a base de uma acalorada controvérsia que girou basicamente em torno das indulgências, quanto a isso, Lutero diz na sua tese de número 21: “Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa”. Nas teses 27 e 28, Lutero ataca os que ofereciam perdão por dinheiro, neste caso especialmente a João Tetzel, grande vendedor de indulgências, afirma o Reformador: “Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu]... Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.”
A quem diga que a igreja não precisa de reformadores, mas de santos. No entanto percebe-se pelo próprio evangelho nas cartas de S. Paulo, onde todos da igreja são chamados Santos e amados em Deus (Cf. 1Coríntios 1.2), ainda que os santos tem por incumbência reformar o meio em que vivem, não tomando o molde de um sistema dominado por pessoas sem Deus (Rm 12.1,2).
A reforma Protestante não foi um erro, teve e tem seus propósitos bons e necessários. Foi uma convocação à liberdade e um retorno a Bíblia. Ninguém despreze este dia, pois como aurora precursora de nossa livre expressão e opção religiosa, está o grande vulto chamado Lutero, e seu protesto contra o abuso e a indignidade.
Todos os evangélicos lembram neste dia de Lutero, Calvino e dos pré-reformadores que deram a bíblia ao povo, trazendo à igreja novamente a centralidade de Cristo, e afirmando ao mundo todo, que “O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus”.
Se, hoje, temos clareza na doutrina, liberdade na religião é porque Deus nos agraciou com os reformadores
Se hasteamos a bandeira da graça nos seus ditos áureos de: somente a Escritura, Somente a Fé, Somente a Graça, Somente Cristo e Glória somente a Deus, é porque Heróis se ergueram, se alguma coisa produzimos é porque estamos sobre ombros de gigantes.

terça-feira, 9 de junho de 2009

O Caráter hediondo do pecado

Todos pecaram – IPB -07/06/09
Rm 3.9-20: “9Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; 10como está escrito: Não há justo, nem um sequer, 11não há quem entenda, não há quem busque a Deus; 12todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. 13A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, 14a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; 15são os seus pés velozes para derramar sangue, 16nos seus caminhos, há destruição e miséria; 17desconheceram o caminho da paz. 18Não há temor de Deus diante de seus olhos. O judeu não constitui exceção 19Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, 20visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.”
Introdução:
Foi visto já que os judeus tinham muita vantagem em relação a nós, pois eles tiveram, a lei, os profetas e os patriarcas.
No entanto, eles desprezaram tudo isso, e foram pelo caminho da religiosidade morta e ritualista, que não conseguiram entender o espírito da lei.
Contudo a infidelidade deles não anula a fidelidade de Deus.
Agora, veremos como os nossos pecados e como o pecado de Adão nos afetou, a natureza do pecado e seu terrível resultado, e a grande graça de Deus operando em nosso favor.
Definição de Pecado
Pecado é a falta de conformidade com a lei moral de Deus quer em ato, disposição ou estado.
I – A Universalidade do pecado
Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado (v.9).
A. Não há ser humano sem pecado (1 Reis 8.46).
B. Não há nenhum justo, nenhum sequer (Rm 3.10,12).
II – A necessidade Universal de Expiação, regeneração e arrependimento.
A. Jesus é o pão que desceu do céu, quem experimenta este alimento de Deus não morre (João 6.50)
B. Quem não nascer de novo não pode ver o reino de Deus (João 3.3,5).
C. Deve ser anunciado a todos, sem distinção, que se arrependam (Atos 17.30)



III – Ninguém é perfeito, Todo homem tem seu ponto fraco , ou seu preço
Sêneca: “Todos nós somos ímpios”
Shakesperare: “Qual palácio em que não se introduzem, vez por outra, coisas vís? Quem tem coração tão puro onde suspeitas odiosas não tenham suas audiências e tomem assento na sessão” com meditações tão justas?
Goethe: “Não vejo falta alguma cometida que eu também não a tivesse cometido”
“10Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, 11não há quem entenda, não há quem busque a Deus; 12todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer”. (v.10,11).
A. Todos reconhecem que são incapazes de purificar a si mesmos: (Pv 20.9).

IV – O que o ser humano não consegue, Jesus faz.
A. O senhor veio para os perdidos
B. O Senhor veio para os doentes
V – A boca fala aquilo de que está cheio o coração:
13A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, 14a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura;
VI – Apressados para o pecado
15são os seus pés velozes para derramar sangue, 16nos seus caminhos, há destruição e miséria; 17desconheceram o caminho da paz.
A. A tendência humana
B. Somos pecadores porque pecamos, ou pecamos porque somos pecadores?
C. Isaías 59.7: “7Os seus pés correm para o mal, são velozes para derramar o sangue inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniqüidade; nos seus caminhos há desolação e abatimento. 8Desconhecem o caminho da paz, nem há justiça nos seus passos; fizeram para si veredas tortuosas; quem anda por elas não conhece a paz.”
D. Manassés é um tipo da nossa geração dita religiosa
a. 1Reis 21.9: “9Eles, porém, não ouviram; e Manassés de tal modo os fez errar, que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel.”
b. 1Reis 21.11: “11Visto que Manassés, rei de Judá, cometeu estas abominações, fazendo pior que tudo que fizeram os amorreus antes dele, e também a Judá fez pecar com os ídolos dele,”
c. 1 Reis 21.16: “16Além disso, Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo, afora o seu pecado, com que fez pecar a Judá, praticando o que era mau perante o Senhor.”
E. Esta geração está acostumada à violência, os maiores heróis são aqueles que exterminam o maior número possível de pessoas.
F. Conquistar pela violência.
G. Criar o sofrimento mais intenso
H. Derramar mais sangue
I. As novelas, filmes, e games, têm como seus temas que mais vendem a violência.
VII – A resposta de Deus é a Cruz
A. A cruz revela a Misericórdia
B. A Cruz revela o Amor
C. A Cruz revela nossa indignidade e a suprema glória de Deus
VIII – Assim como o sol não é o culpado pelas larvas que, com seu calor, se produzem em um cão morto, onde as larvas beijam a carniça, Deus não é culpado pela corrupção no coração humano.
19Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, 20visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.” (v19,20)
O homem busca promover sua própria vida, seu prazer e sua honra.
Conclusão:
A Bíblia revela o que somos (Hb 4.12)
Vemos nossa limitação e a luz de Deus enche todo o nosso ser
Peçamos a Deus:
1. Que incline nosso coração aos seus testemunhos (Sl 119.36)
2. Que abra o nosso coração para estarmos atentos a sua verdade (At 16.14)
3. Que o Deus de toda a misericórdia nos proteja (Sl 59.10)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Deus escolhe

A DOUTRINA DA ELEIÇÃO
DEUS REINA



INTRODUÇÃO

Parece haver na mente humana um arraigado preconceito contra a doutrina da eleição; entre todas as doutrinas bíblicas, algumas são simplesmente aceitas, outra são aceitas alegremente. Há, entretanto aquelas que são alvo de grande desconsideração e repúdio. Esse é o caso da doutrina da eleição.
Vejo em nosso solo pátrio uma perda de identidade, o início de um entorpecimento quanto à palavra de Deus e suas doutrinas sacrossantas. E, com relação ao pecado, quase tudo tem sido relativizado, e a imoralidade e a auto-justificação inundam não somente a sociedade, isto é, o meio secular, mas também o seio da igreja brasileira. Embora tenhamos experimentado um crescimento avultado desde o início da década de 80, a qualidade dos crentes não tem mudado muito. A igreja “protestante” no ocidente parece que está vivendo o seu período medieval, onde as superstições, a imoralidade e a ignorância sobre a Bíblia andam de mãos dadas. Algumas doutrinas têm sido obscurecidas. Substituídas por “doutrinas enlatadas diet”, o cerne de toda a doutrina bíblica da salvação tem perdido o foco.
O crente aprende hoje que ele salva-se a si mesmo. Isso leva o homem a viver como bem entende, não adora mais a Deus, afinal, o que Deus faz o faz por mera obrigação; ou então é Ele taxado de injusto.
O objetivo é levar o conhecimento da doutrina bíblica da eleição, em um momento crucial da atual história protestante, pois a Bíblia deve ocupar o lugar de primazia, e um ministro deve submeter-se a ela. Não nos compete usar a Bíblia como uma plataforma para apresentar um conjunto de idéias, mas como a autoridade que está acima de todo o nosso pensamento, considerando o fato de que a Bíblia se encontra em um plano mais elevado e algumas verdades contidas nela ultrapassam o nosso limitado entendimento.
Sabe-se que não se está sendo ensinado nada novo, mas sim as antigas e vigorosas verdades da Bíblia que, parece, foram esquecidas, daí o resultado que temos diante dos nossos olhos. Propõe-se uma volta às Escrituras Sagradas, e uma análise bíblica da questão. Não se têm a pretensão de esgotar o assunto, o presente trabalho é, na verdade, apenas um ensaio, pois muitos dos assuntos apresentados aqui dariam muitos volumes, se estudados minuciosamente, mesmo em separado.
Procuro usar a Bíblia para fundamentar aquilo que defendo, pois sei que a Bíblia é o juiz em toda e qualquer discussão teológica.


À Deus toda a glória!






















ELEIÇÃO (DEFINIÇÃO)
“Eleição é o ato de Deus, pelo qual, em seu soberano agrado e não por mérito algum previsto nos homens ele escolhe alguns dos numerosos pecadores para serem os receptores da graça especial do seu Espírito e assim serem participantes voluntários da salvação de Cristo”. ¹
O PLANO DA SALVAÇÃO
O plano da salvação, foi feito por Deus antes da fundação do mundo: “Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, parta sermos santos e irrepreensíveis perante ele; em amor” (Ef 1.4).
Visto que Deus, desde a eternidade passada determina a redenção humana, ele determinou um plano para levar a cabo a salvação de seus eleitos. E, em Cristo, foram reunidos todos os objetos da redenção, quer no céu, quer na terra “de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra” (Ef 1.10). Mesmo sendo um mistério oculto em Deus (Ef 3.9), foi manifestada na plenitude dos tempos para que pela igreja seja revelada a multiforme sabedoria de Deus, aos principados e potestades nos lugares celestiais (Ef 3.10).
UM DECRETO REAL
Uma discussão teológica sobre a eleição, como uma obra de Deus, deve ter seu ponto de partida em Deus, tanto na obra de criação como na redenção. Gostaria de lembrar também que Deus, como o Deus da ordem, não faz coisas vagas, caóticas, desordenadas, não é pego de surpresa por nada, nem tampouco fica ansioso esperando um desenrolar de acontecimentos sobre os quais não tem poder para agir. Deus é Onipotente (detém todo o poder), é Onisciente (detém todo o saber) e Onipresente (enche toda a criação com a sua presença).
A teologia reformada dá ênfase à soberania de Deus, desde toda a eternidade, o Senhor determinou tudo o que há de suceder, e executa a sua soberana vontade. “Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1.11). Segundo o texto já citado, Deus faz todas as coisas segundo o conselho de sua vontade, ou seja, o que Deus decreta realmente acontecerá, Por isso devemos começar a análise pelos decretos de Deus.

Sem dúvida, a doutrina dos decretos é uma doutrina controvertida, isto porque não tem sido estudada devidamente, somente depois de que “a alma do cristão tem por coisa certíssima de que nada acontece ao acaso nem a felicidade, senão que tudo acontece pela providência e ordenação de Deus, porá sempre seus olhos nEle como causa principal de todas as coisas”2 então pode-se entender o plano de Deus, incluindo os seus decretos.
Segundo Hodge “Um plano pressupõe: (1) A seleção de algum fim ou objetivo concreto a ser levado a bom termo. (2) A escolha de meios apropriados. (3) Ao menos no caso de Deus, a aplicação eficaz desses meios para atingir o fim proposto” 3.
Concernente a aos decretos de Deus para a eleição, a confissão de Westminster capítulo III define:
“§I. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas... §II. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições... §III. Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos são predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna”4.

A BASE DO DECRETO
ANTIGO TESTAMENTO
No antigo Testamento temos algumas palavras que denotam bem a idéia de um decreto, como a palavra: ’etsah, ‘aconselhar’, ‘dar aviso’: “Este é o desígnio que se formou concernente a toda a terra; esta é a mão que está estendida sobre todas as nações. Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem, pois, o invalidará? A sua mão está estendida; quem, pois, a fará voltar atrás?” (Isaías 14.26,27).
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1 – STRONG, A.H. Teologia Sistemática: eleição. São Paulo: HAGNOS, 2003. Vol. II, p. 472.
2 – CALVINO, João. Institución de la religión cristiana. Barcelona: FELiRE, 5ª edicion 1999. vol I, p 140.
3 – HODGE, Charles. Teologia Sistemática: soteriologia. São Paulo: HAGNOS. 2001 p. 717.
4 – Confissão de Westminster, Os decretos de Deus.




“O conselho do Senhor dura para sempre; os desígnios do seu coração, por todas as gerações (Salmo 33.11)”. “Que chamo a ave de rapina desde o oriente e de uma terra longínqua, o homem do meu conselho. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei esse propósito, também o executarei (Isaías 46.11)”. mezimmah 5, ‘ter em mente’, ‘propor-se a’: “Por isso, a terra pranteará, e os céus acima se enegrecerão; porque falei, resolvi e não me arrependo, nem me retrato (Jeremias 4.28)”. Também o termo chaphets 6, ‘inclinação’, ‘vontade, ‘beneplácito’: “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos (Isaías 53.10)”.

NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento, à semelhança do Antigo (Testamento), também tem termos que designam a idéia de decreto. A primeira, tendo também suas variantes, é; boule 7: que denota ‘conselho’, ‘desígnio’, ‘propósito’; uma variante de boule é boulenomai 8: ‘delibero consulto, proponho, quero fortemente; e a última variante é boulomai 9: ‘quero’, ‘desejo’, ‘tenciono’, ‘resolvo’: “Sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos (Atos 2.23)”. “Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram (Atos 4.28)”. “Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento (Hebreus 6.17)”.





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5 – BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. p. 96.
6 – Ibidem.
7 – Ibidem.
8 – TAYLOR, W.C. Dicionário do Novo Testamento Grego. Rio de Janeiro: JUERP, 1991. p. 46.
9 – VINE, W. E., UNGER, Merril. F., JR, William White. Dicionário Vine. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. p. 920.

Outro vocábulo é thelema 10, que dá ênfase à vontade de Deus: “Nele, digo, no qual também fomos feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade (Efésios 1.11)”. Temos finalmente o termo eudokia 11, ‘agrado’, ‘prazer’ que atenua a liberdade do propósito de Deus: “Sim, ó Pai, porque assim foi do Teu agrado” (Mateus 11.26). “Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem (Lucas 2.14)”. “Nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade (Efésios 1.5)”. “Desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo (Efésios 1.9)”.

A NATUREZA DO DECRETO
O nosso conhecimento das ordens das coisas é sucessivo; aprendemos uma coisa, depois outra. Com Deus não é assim, Ele não aprendeu de ninguém: “quem é o seu conselheiro?” (Isaías 40.14,15). O conhecimento de Deus é de todo imediato e simultâneo, e sua compreensão é sempre completa. Assim como Deus é imutável, o seu decreto também o é, e abrange tudo o que se passa, tantos as coisas diminutas quanto as grandes.









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10 – TAYLOR, W.C. Dicionário do Novo Testamento Grego. Rio de Janeiro: JUERP, 1991. p. 46.
11 – Ibidem.

QUANTO A SUA NATUREZA, O DECRETO DE DEUS É:
A. ETERNO
“E manifestar qual seja a manifestação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas” (Efésios 3.9).
O decreto de Deus esteve oculto durante eras na mente do Senhor, e foi revelado no tempo. Nesse decreto, estava incluída a salvação de todos os eleitos: “Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; em amor” (Efésios 1.4).

B. IMUTÁVEL
O decreto de Deus está firmado na base da imutabilidade de Deus, e essa é a nossa confiança, que tudo o que Ele decidiu Ele consumará “Mas, se Ele resolveu alguma coisa, quem o pode dissuadir? O que Ele deseja, isso fará (Jó 23.13)”. Jó estava bem ciente da imutabilidade dos projetos de Deus em sua vida “Pois Ele cumprirá o que está ordenado a meu respeito e muitas coisas como estas ainda tem consigo (Jó 23.14)”.
O que seria de nós se dependesse de nós mesmos a firmeza de nossa própria salvação? Seria sem dúvida alguma um caos e desesperança total. No entanto, a nossa santíssima salvação está além de nossas forças; ela depende não de criatura falível e suscetível a sua própria natureza corrupta e enganadora como homem (Jeremias 17.9), mas é uma obra realizada unicamente por Deus, que não muda “O conselho do Senhor dura para sempre; os desígnios do seu coração, por todas as gerações (Salmo 33.11)”.
O maior gozo do cristão reformado, é dar glória a quem ela pertence, a Deus. Pois mesmo que passem os séculos e as gerações passem, o conselho do Senhor permanecerá de pé (Isaias 46.10). A sua vontade se cumprirá, toda (Lucas 22.22; Atos 2.23).
“Esta eleição é o imutável propósito de Deus, pelo qual ele, antes da fundação do mundo, escolheu um número grande e definido de pessoas para a salvação, por graça pura. Estas são escolhidas de acordo com o soberano bom propósito de sua vontade, dentre todo o gênero humano, decaído pela sua própria culpa de sua integridade original para o pecado e perdição[...] como Deus é supremamente sábio, imutável, onisciente, e todo poderoso, assim sua eleição não pode ser cancelada e depois renovada, nem alterada, revogada ou anulada; nem mesmo podem os eleitos ser rejeitados, ou o número deles ser diminuído”.12
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12 – Os Cânones de Dort. Eleição e reprovação. Cap 1.§7 e §11, (www. Confissões reformadas.com.br).
C. EFICAZ
Aquilo que Deus decretou certamente irá se cumprir “Muitos desígnios há no coração do homem, mas o conselho do Senhor permanecerá (Provérbios 19.21)”. “Por isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim (Colossenses 1.29)”.
“De acordo com A.A. Hodge, o decreto providencia em cada caso que o evento será efetuado por causas que agirão de maneira perfeitamente coerente com a natureza do evento em questão. Assim, no caso de todo o ato livre de um agente moral, o decreto prevê ao mesmo tempo – (a) Que o agente seria um agente livre. (b) Que os seus antecedentes e todos os antecedentes do ato em questão seriam o que são. (c) Que todas as presentes condições do ato seriam o que são. (d) Que o ato seria perfeitamente espontâneo e livre, da parte do agente. (e) Que certamente seria um ato futuro. (Salmo 33.11; Provérbios 19.21; Isaías 46.10) 13”.
D. UNIVERSAL
O decreto de Deus é universal, porque ele inclui tudo o que se passa no mundo “Para sempre, ó Senhor a tua palavra está firmada no céu. A tua fidelidade estende-se de geração em geração; fundaste a terra, e ela permanece. Conforme os teus juízos, assim tudo se mantém até hoje; porque ao teu dispor estão todas as coisas (Salmo 119.89-91)”.
E. CONCERNENTE AO PECADO, PERMISSIVO.
O decreto de Deus, concernente ao pecado, é permissivo, isto é, Deus sabia que o homem iria pecar, mesmo assim Deus determinou não impedir a autodeterminação pecaminosa do homem. “Concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma (Salmo 106.15)”. “Então comeram e se fartaram a valer; pois lhes fez o que desejavam. Porém não reprimiram o apetite. Tinham ainda na boca o alimento, quando se elevou contra eles a ira de Deus e entre os seus mais robustos semeou a morte. E prostrou os jovens de Israel, sem embargo disso continuaram a pecar e não creram nas suas maravilhas (Salmo 78.29-32)”.
“Podemos concluir que a decisão de Deus de permitir que o pecado entrasse no mundo foi uma boa decisão. Isso não quer dizer que o nosso pecado seja uma boa coisa, mas meramente que a permissão de Deus para que pequemos, o que é mau, é uma boa coisa. Que Deus permita o mal é bom, mas o mal que ele permite ainda é mau. O envolvimento de Deus em tudo isso é perfeitamente justo. Nosso envolvimento nisso é mau. O fato de ter Deus decidido permitir que pecássemos não nos absolve de nossa responsabilidade pelo pecado 14”.
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13 – A.A. HODGE apud BERKHOF, Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã 2001. p. 99.
14 – SPROUL, R.C, Eleitos de Deus. São Paulo: Cultura Cristã 2002. p. 22.

ELEIÇÃO PROPRIAMENTE DITA
DEUS É O AUTOR DA ELEIÇÃO
Acabamos de estudar os decretos de Deus, e indubitavelmente temos em Deus o Pai o autor da eleição “Manifestei o teu nome aos homens que me deste no mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra. É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus (João 17.6,9)”.
A eleição tem unicamente em Deus, e aqui me refiro ao Deus trino, o seu efeito salvífico levado a cabo. A doutrina da eleição tem sido rejeitada por não admitir ajuda humana, contribuição externa, isto é, fora da Deidade; por esse motivo, ela tem sido tão desprezada e vilipendiada. Calvino já dizia:
“Jamais nos convenceremos como se deve de que nossa salvação procede e mana da fonte da gratuita misericórdia de Deus, no entanto não havemos compreendido sua eterna eleição, pois ela por comparação nos ilustra a graça de Deus, enquanto que não adota indiferentemente a todos os homens a esperança da salvação, senão que a uns dá o que a outros nega 15”.
Deus, como autor da eleição, merece toda a glória e honra, pois o homem é salvo, não por alguma coisa boa em si, pois não a tem, mas unicamente por vontade Divina. Não por alguma coisa prevista nele, pois seria o princípio de uma salvação por obras e não por favor imerecido. Se alguém perguntasse; Por que Deus escolhe uns e deixa os demais mortos em seus pecados? Qual é o motivo da escolha Divina? Então responder-se-ia simplesmente; não se sabe. Pois isso não é revelado e, portanto pertence unicamente a Deus (Deuteronômio 29.29).
Sabe-se, no entanto que Deus escolhe alguns, e esses escolhidos, sem sombra de dúvida, estão seguros nas mãos de Deus, o autor da eleição “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; e eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar (João 10.27-29)”.



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15 – CALVINO, João. Institución de la religión cristiana. Barcelona – Espanha: FELiRE 5ª edição 1999. Tomo II. p. 724. (tradução do autor).

HOMEM, O OBJETO DA ELEIÇÃO.

O ser humano é o objeto da eleição, como já se disse anteriormente. A razão pela qual Deus escolhe a uns e deixa os outros, não se sabe, mas cabe dizer que ele não o faz com base em uma fé prevista, pois aí a salvação se inverteria, não seria uma salvação de cima para baixo (de Deus ao homem), mas de baixo para cima (começando no homem), o que logicamente seria um absurdo. A eleição pode ser bem ilustrada na história de Ezequiel que diz:
“Quanto ao teu nascimento, no dia em que nasceste, não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água para te limpar, nem esfregada com sal, nem envolta em faixas. Não se apiedou de ti olho algum, para te fazer alguma destas coisas, compadecido de ti; antes, foste lançada em pleno campo, no dia em que nasceste, porque tiveram nojo de ti. Passando eu por junte de ti, vi-te a revolver-te no teu sangue e te disse: ainda que estás no teu sangue, vive[...] Então te lavei com água, e te enxuguei do teu sangue, e te ungi com óleo. Também te vesti com roupas bordadas, e te calcei com couro da melhor qualidade, e te cingi de linho fino, e te cobri de seda. Também te adornei com enfeites e te pus braceletes nas mãos e colar a roda de teu pescoço. Coloquei-te um pendente no nariz, arrecadas nas orelhas e linda coroa na cabeça (Ezequiel 16.4-6, 9-12)”.
Este relato de Ezequiel é a manifestação da graça de Deus, e um tipo da eleição. Essa descrição do, filho, rejeitado, em Ezequiel, é uma descrição de Israel, mas que também revela a graça eletiva de Deus. Israel não foi escolhido pelo Senhor por causa do grande número, pois era um povo pequeno, também não foi por sua força, pois era um povo fraco, por que então Deus o escolheu? Apenas uma resposta satisfaz, Deus escolheu por que ele quis, “segundo o beneplácito da sua vontade”.
Mas vamos mais adiante, pela formosura? Não. A descrição diz:
A criança estava suja (envolta em teu próprio Sangue).
Era repugnante ao olhar (não se apiedou de ti olho algum, para te fazer alguma dessas coisas).
Estava a sua própria sorte.
Deus a encontra e muda a sua sorte (olhou, cuidou, criou).
A semelhança desta criança de Ezequiel, nós também estávamos sujos pelos nossos pecados “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Mas afinal de contas como o homem ficou sujo? A Bíblia diz: “Portanto, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5.12). “A morte veio por um homem” (1 Coríntios 15.21), e em Adão todos morrem (1Coríntios 15.22).
Romanos, diz que; por um homem entrou a morte o pecado e a condenação ao mundo, isto é, a todos os seres humanos. Em Gênesis 2.17 está escrito “mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia que dela comeres, certamente morrerás”. Esta ordem foi dada a Adão 16.
Adão foi o nosso representante legal diante de Deus, e, com isso, no pecado de Adão todos foram constituídos pecadores por sua transgressão. Esta é a idéia que está na mente do Apóstolo Paulo quando ele argumenta sobre Cristo ser nosso único representante perfeito, e ele apresenta Jesus Cristo, o segundo Adão (Romanos 5.12-19).
Adão, com a queda, morre espiritualmente e essa morte espiritual passa a toda a sua descendência; “Como está escrito: não há um justo, nem um sequer” (Rm 3.10). “Depois de havendo a concupiscência concebida, dá à luz o pecado; e o pecado sendo consumado, gera a morte” (Tg 1.15). “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados” (Ef 2.1). “E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas” (Cl 2.13). “Jesus, porém disse-lhe: segue-me e deixa aos mortos sepultar os seus mortos” (Mt 8.22). “... Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto” (Ap 3.1).
Comentando sobre Romanos 3.10, R.C. Sproul diz:
“No jardim do Éden, quando o pecado entrou no mundo, quem se escondeu? Jesus veio ao mundo para buscar e para salvar os perdidos. Não era Jesus quem se escondia. Deus não é um fugitivo”.
Nós somos daqueles que estão fugindo. A Escritura declara que o ímpio foge sem que nenhum homem o persiga. Como mencionou Lutero: ‘o pagão treme ao barulho de uma folha’. O ensino uniforme da Escritura é que os homens decaídos estão fugindo de Deus. Não há nenhum que busque a Deus”17.
O homem está morto espiritualmente, e totalmente depravado, por natureza o ser humano não busca a Deus, mas os seus próprios interesses (Romanos 3.11; Filipenses 2.21).


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16 - As palavras homem e Adão tem o mesmo sentido em hebraico ‘Adam’, que assemelha-se a palavra ‘adamah’ (nota sobre Gênesis 2.7 da Bíblia Shedd).
17 – SPROUL, R. C. Eleitos de Deus. São Paulo: Cultura Cristã 2002. p. 80.
Por natureza, o homem está separado de Deus, pois o pecado de Adão, que era o representante legal da humanidade, assim o fez; o homem seria capaz de conhecer o bem e o mal, mas incapaz de fazer o bem e seria dominado pelo mal, assim sua natureza o arrasta para o pecado. “Pois são os pecados de vocês que os separam do seu Deus, são as suas maldades que fazem com que Ele se esconda de vocês e não atenda as suas orações” (Isaías 59.2 NTLH).
A Bíblia diz: “Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus” (Romanos 3.23).
Freqüentemente, os líderes religiosos não gostam de falar sobre o pecado, porque o assunto é impopular. Mas João disse: “Toda maldade é pecado” e “Quem peca é culpado de quebrar a lei de Deus, porque o pecado é a quebra da lei” (1João 5.17; 3.4 NTLH).
A Bíblia define claramente os pecados que violam o tipo de vida que Deus quer, trazendo condenação àqueles que vivem na prática do pecado.
Jesus disse: “Porque é de dentro, do coração, que vêm os maus pensamentos, a imoralidade sexual, os roubos, os crimes de morte, os adultérios, a avareza, as maldades, as mentiras, as imoralidades, a inveja, a calúnia, o orgulho e o falar e agir sem pensar nas conseqüências. Tudo isso vem de dentro e faz com que as pessoas fiquem impuras” (Marcos 7.21-23).
Segue abaixo outra lista que caracteriza as ações do homem, o objeto da eleição Divina.
“Estão cheios de todo o tipo de perversidade, maldade, ganância, vícios, ciúmes, crimes de morte, brigas mentiras e malícia. Caluniam e fazem mal uns dos outros . tem ódio de Deus e são atrevidos, vaidosos. Inventam maneiras de fazer o mal, desobedecem aos pais, são imorais, não cumprem a palavra, não tem amor por ninguém e não tem pena dos outros. Eles sabem que o mandamento de Deus que aqueles que fazem essas coisas merecem a morte. Mas mesmo assim continuam a fazê-las e, pior ainda, aprovam os que fazem as mesmas coisas que eles fazem” (Romanos 1.29-32).
Paulo nos oferece ainda outra lista:
“Vocês sabem que os maus não terão parte no Reino de Deus. Não se enganem, pois os imorais, os que adoram ídolos, os adúlteros, os homossexuais, os ladrões, os avarentos, os bêbados, os caluniadores e os assaltantes não terão parte no Reino de Deus” (1Coríntios 6.9-10)
Há, ainda, esta definição feia da natureza humana:
“As coisas que a natureza humana produz são bem conhecidas. Elas são: a imoralidade sexual, a impureza, as ações indecentes, a adoração de ídolos, as feitiçarias, as inimizades, as brigas, as ciumeiras, os acessos de raiva, a ambição egoísta, a desunião, as divisões, as invejas, as bebedeiras, as farras e outras coisas parecidas com essas. Repito o que já disse: os que fazem essas coisas não receberão o Reino de Deus” (Gálatas 5.19-21).
Deus deu os dez mandamentos, e então estabeleceu sua lei de que “a alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18.4) e “Porque quem quebra um só mandamento da lei é culpado de quebrar todos” (Tiago 2.10).
Por isso a Escritura encerrou tudo sob o pecado (Gálatas 3.22) e “se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1João 1.8). “Pois quem pode dizer: purifiquei o meu coração, limpo estou do pecado?” (Provérbios 20.9).
“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu próprio caminho” (Isaías 53.6) e “todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo de imundícia” (Isaías 64.6).
Do céu olha o Senhor para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há um que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se corromperam. Não há quem faça o bem, não há um sequer (Salmo 14.2-3).
Seja, portanto, honesto diante de Deus. Conforme disse Davi: “Se tu tivesses feito uma lista dos nossos pecados, quem escaparia da condenação?” (Salmo 130.3). “Quem continua pecando pertence ao Diabo porque o Diabo peca desde a criação do mundo...” “O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são pensamentos vãos” (Salmo 94.11). “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9). “Pois antigamente nós mesmos não tínhamos juízo e éramos escravos das paixões e dos prazeres de todo o tipo e passávamos a nossa vida no meio da malícia e da inveja. Os outros tinham ódio de nós, e nós tínhamos ódio deles”. (Tito 3.3). “Por isso as pessoas que tem a mente controlada pela natureza humana se tornam inimigas de Deus, pois não obedecem as leis de Deus e, de fato não podem obedecer a ela. As pessoas que vivem de acordo com a sua natureza humana não podem agradar a Deus” (Romanos 8.7-8).
Vê-se, portanto, que a natureza inconversa dos homens e das mulheres não é muito atraente, e precisamos compreender totalmente esse fato. Esses textos mostram a natureza hedionda e repulsiva da natureza humana caída. O catecismo de Heidelberg na pergunta 6 faz a indagação que muitos devem estar se fazendo ainda: “Criou, pois, Deus o homem tão mau e perverso?” a resposta define-se da seguinte maneira: “Não, ao contrário, Deus criou o homem bom fazendo-o a sua imagem e semelhança, é dizer, em verdadeira justiça e santidade, para que retamente conhecesse a Deus seu criador, lhe amasse de todo o coração, e bem aventurado vivesse com Ele eternamente, para louvá-lo e glorificá-lo”18. na pergunta 7, indaga-se: “De onde procede esta corrupção da natureza humana?” e a resposta do catecismo define: “Da queda e desobediência de nossos primeiros pais Adão, e Eva, no paraíso, por isso, nossa natureza há caído de tal maneira corrompida, que todos somos concebidos e nascidos em pecado” 19.
“Somos tão corrompidos que somos totalmente incapazes de fazer o bem e inclinados a todo o mal? Certamente, se não temos sido regenerados pelo Espírito Santo”20.
O câncer do pecado já corroeu todas as fibras da sociedade. O homem e a mulher, sem o conhecimento de Jesus Cristo, estão perdidos – totalmente perdidos – vivem sujeitos à justa pena final da perdição.
“Porque o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23). “A alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18.4). “Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate” (Salmo 49.7). “Nem a sua prata nem o seu ouro os poderão livrar no dia da indignação do Senhor” (Sofonias 1.18). o ser humano está tão corrompido que é totalmente incapazes de fazer o bem e inclinado a todo o mal? Certamente, se não é regenerados pelo Espírito de Deus.
Quando alguém resolve por conta própria que sua própria justiça e sua própria honestidade bastam – que é capaz de ficar em pé diante de Deus, baseado nos méritos da sua própria bondade e honra, está repudiando a misericórdia e a graça de Deus, chamando-O de mentiroso de modo direto e dizendo: tudo bem, eu posso me salvar, afinal de contas eu não sou tão mau assim, tenho livre-arbítrio, sou deus e tudo depende de mim, até mesmo Deus, pois ele está sujeito a minha vontade, que é soberana.
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18 – JANSE, J. C. Catecismo de Heidelberg, la confesión de la iglesia según las Sagradas Escrituras. Barcelona, Espanha: FELiRE 2000. p. 16
19 – Ibidem.
20 – Ibidem.


Por mais absurda que seja esta declaração, ela tem sido lançada aos quatro ventos pelos arminianos, veja-se as obras comuns que eles usam. Norman Geisler por exemplo coloca adjetivos em Spurgeon chamando-o de “Calvinista radical”, em R.C Sproul de Calvinista extremado 21. a isso deixo a antiguidade responder a Geisler. “...O Senhor está presente onde é anunciada a soberania do Senhor”22.
O maior reforço que a religião poderia ter na atualidade seria à volta à crença antiga na soberania de Deus; isto por que há grande falta de convicção de pecado e da culpa, e ainda permanecem o orgulho e a falta de vontade em submeter-se a Deus.Em tudo isso, pode-se ver a mão sinistra do arminianismo, que não é teologia, mas antropologia, pois o inicio e o fim da salvação está no homem. Todo o ser humano é pecador por natureza, assim também todo o ser humano é arminiano naturalmente, até que Deus lhe abra os olhos.


















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21 – GEISLER, Norman. Eleitos, mas livres. São Paulo: Vida 2005. p. 100.
22 – DIDAKÉ. O catecismo dos primeiros cristãos para as comunidades de hoje. São Paulo: Paulus 9ª edição 1989. p. 13.
O QUE DEUS FEZ PARA NOS LIVRAR DA NOSSA JUSTA CONDENAÇÃO?
ELE NOS ESCOLHEU.
Como já vimos o homem não tem nada a oferecer a Deus pela sua salvação, aliás, o homem é incapaz de fazer o bem e está morto espiritualmente, incapaz de buscar a Deus, então o que fez Deus? Determinou de antemão quem seria salvo.
Enviou seu filho (João 3.16)
O Filho veio ao mundo para salvar pecadores (1Timóteo 1.15).
Jesus foi entregue pelas nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação (Romanos 4.25).
Quando o Apóstolo Paulo e também Barnabé começaram a pregar o Evangelho aos gentios, todos se alegraram: “E os gentios ouvindo isto, alegraram-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna” (Atos 13.48). Somos levados a perguntar, quantos creram? A resposta é do texto bíblico “todos quantos estavam destinados para a vida eterna”.
Em Romanos 8.28-30, está escrito: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daquele que são chamados pelo seu decreto. Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conforme a imagem de seu filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou, a esses também justificou, e aos que justificou, a esses também glorificou”.
Quando Deus escolheu Jacó, e aborreceu a Esaú, a Bíblia declara que não foi por alguma coisa que eles tivessem feito, pois ainda não tinham nascido, mas para que o propósito da eleição prevalecesse, Deus escolheu a Jacó (uma pessoa) e rejeitou a Esaú (outra pessoa). Passemos ao texto: “Porque, não tendo ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito a ela: o maior servirá o menor. Como está escrito: Amei Jacó e aborreci Esaú” (Romanos 9.11-13).
Outro fato importante de ser notado é que em Romanos 11.7, falando-nos sobre a eleição assim declara a Sagrada Escritura: “Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos”. Neste texto o Apóstolo Paulo mostra dois tipos de pessoas: (a) os eleitos e (b) os endurecidos. Os primeiros foram salvos porque a eleição os alcançou, e obtiveram a salvação tão almejada. Enquanto os demais não foram salvos porque não foram eleitos, mas endurecidos.

A ESCOLHA FOI FEITA NA ETERNIDADE PASSADA
A Bíblia declara que Deus nos escolheu antes da fundação do mundo (Efésios 1.4-6). E essa escolha foi feita a fim de sermos para o louvor de sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo (Efésios 1.12).
Cristo é declarado em Apocalipse: “Cordeiro morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13.8).
“Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação...” (2Tessalonisensses 2.13). “Que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos” (2Timóteo 1.9). Neste texto a ARA traduz “antes dos tempos eternos”
“John Newton costumava contar uma parábola sobre uma boa mulher que, de modo a provar a doutrina da eleição, dizia: "Ah! meu caro, o Senhor deve ter me amado antes de eu nascer, ou caso contrário Ele não teria visto nada em mim para amar depois”.23

A ELEIÇÃO É MOTIVO DE ALEGRIA
“Porque, se eu cresse no que alguns pregam sobre uma salvação temporária, e sem importância, que somente dura por um tempo, eu raramente seria grato por ela, se é que seria; mas quando sei que aqueles que Deus salva, Ele os salva com uma salvação eterna, quando sei que Ele lhes dá uma justiça eterna, quando eu sei que Ele os assenta em uma fundação eterna de amor eterno, e que Ele os trará ao Seu reino eterno, oh, então me admiro, e me surpreendo pelo fato de uma bênção tal como esta tenha, em algum momento, sido dada a mim!”24.

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23 – JOHN NEWTON Apud SPURGEON, C.H. Uma defesa do calvinismo, tradução de Walter Andrade Campelo www.cbb.org.br
24 – Op. Cit.
“A doutrina da eleição confere-nos humildade diante de Deus para pensar dessa forma. Faz-nos perceber que não temos direito algum a graça de Deus. Nossa salvação deve-se tão somente à graça. Nossa única resposta apropriada é dar eterno louvor a Deus”25.


























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25 – GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova 1999. p. 575.
CONCLUSÃO

A eleição trata, não somente de criaturas, mas de pecadores culpados e condenados. Que qualquer um deve ser salvo é matéria de pura graça e aqueles que não estão incluídos neste propósito da salvação sofrem apenas a recompensa devida aos seus atos. Não há, portanto, nenhuma injustiça na eleição de Deus. Podemos melhor louvar o Deus que salva alguns do que acusá-lo de injustiça porque ele salva tão poucos. A todos os homens, salvos ou não, Deus pode dizer: “Amigo não te faço injustiça [...] ou não me é licito fazer o que eu quero com que é meu” (Mateus 20.13,15).






















BIBLIOGRAFIA

1 – STRONG, A.H. Teologia Sistemática: eleição. São Paulo: HAGNOS, 2003. Vol. II, p. 472.
2 – CALVINO, João. Institución de la religión cristiana. Barcelona: FELiRE, 5ª edicion 1999.vol I, p 140.
3 – HODGE, Charles. Teologia Sistemática: soteriologia. São Paulo: HAGNOS. 2001 p 717.
4 – Confissão de Westminster. Os decretos de Deus.
5 – BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. p. 96.
6 – Ibidem.
7 – Ibidem.
8 – TAYLOR, W.C. Dicionário do Novo Testamento Grego. Rio de Janeiro: JUERP, 1991. p. 46.
9 – VINE, W. E., UNGER, Merril. F., JR, William White. Dicionário Vine. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. p. 920.
10 – TAYLOR, W.C. Dicionário do Novo Testamento Grego. Rio de Janeiro: JUERP, 1991. p. 46.
11 – Ibidem.
12 – Os Cânones de Dort. Eleição e reprovação. Cap 1.§7 e §11, (www. Confissões reformadas.com.br).
13 – A.A. HODGE apud BERKHOF, Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã 2001. p. 99.
14 – SPROUL, R.C, Eleitos de Deus. São Paulo: Cultura Cristã 2002. p. 22.
15 – CALVINO, João. Institución de la religión cristiana. Barcelona – Espanha: FELiRE 5ª edição 1999. Tomo II. p. 724. (tradução do autor).
16 – BÍBLIA SHEDD. São Paulo: Vida Nova 1998. p. 4.
17 – SPROUL, R. C. Eleitos de Deus. São Paulo: Cultura Cristã 2002. p. 80.
18 – JANSE, J. C. Catecismo de Heidelberg, la confesión de la iglesia según las Sagradas Escrituras. Barcelona, Espanha: FELiRE 2000. p. 16
19 – Ibidem.
20 – Ibidem.
21 – GEISLER, Norman. Eleitos, mas livres. São Paulo: Vida 2005, p. 100.
22 – DIDAKÉ. O catecismo dos primeiros cristãos para as comunidades de hoje. São Paulo: Paulus 9ª edição 1989, p. 13.
23 – JOHN NEWTON Apud SPURGEON, C.H. Uma defesa do calvinismo, tradução de Walter Andrade Campelo www.cbb.org.br
24 – Op. Cit.